quinta-feira, 13 de março de 2008

PRESIDENTE FERNANDO COLLOR DE MELLO



FENÔMENO NÃO FOI A ELEIÇÃO. FENÔMENO, VAI SER A VOLLTA.



Presidente Fernando Collor de Mello



Fernando Collor de Mello estudava, na Faculdade de Ciências Econômicas, da Universidade de Brasília, quando transferiu-se, em meados da década de setenta, para a Escola de Economia, da Universidade Federal de Alagoas, a fim de melhor inteirar-se da administração da organização Arnon de Mello, criada por seu pai, composta de uma estação de televisão vinculada à rede globo, um jornal diário, três estações de rádio, sendo duas em Maceió e uma em Arapiraca. O Senador Arnon de Mello estava no seu terceiro mandato de Senador da República e havia governado Alagoas por cinco anos, no início dos anos 50. Jornalista, no Rio de Janeiro, na cadeia dos Diários Associados, fundada por Assis Chateaubriand, disputara, em nosso Estado, uma deputação federal, em 1946, quando foi derrotado. Em 1950, candidata-se, concomitantemente, ao governo e à câmara federal. Sendo eleito para os dois, optou pelo de governador. Adquire a Gazeta de Alagoas, em 1952 e inicia a formação do seu complexo jornalístico. Fernando Collor de Mello integra-se ao nosso grupo político e torna-se uma figura popular quando, assumindo a presidência do Centro Sportivo Alagoano (CSA), conquista a representação de Alagoas, no campeonato nacional de futebol, derrotando seu tradicional rival, o Clube de Regatas Brasil (CRB). Havendo influenciado a eleição do governador Guilherme Palmeira, sugiro o nome de Fernando Collor para a Secretaria da Indústria e do Comércio. A preferência dele era pela Secretaria de Educação e Cultura. Aceita, entretanto, os argumentos de que, comandando a coordenação das duas saídas econômicas do Estado, o pólo cloro-químico, através da Companhia de Desenvolvimento Econômico (CODEAL) e o pólo turístico, através da Empresa de Turismo (EMATUR) teria melhores condições de ser útil a Alagoas. Consegue prestar uma homenagem ao, então, Governador Guilherme Palmeira fazendo com que o grupo Monteiro Aranha lhe ofereça um almoço, com a presença de grandes lideranças do mundo empresarial, do Rio de Janeiro e São Paulo. Guilherme ficou impressionado com a demonstração de prestígio de Fernando junto aos mais importantes empresários dos centros urbanos do país e me confidencia a decisão de nomeá-lo Prefeito de Maceió. Ajudei a composição, convencendo o Deputado José Bandeira, postulante ao cargo, a aceitar outra função no governo. Realizou uma razoável administração na prefeitura da capital alagoana, comprometendo a sua imagem, nos últimos dias do governo, quando nomeou milhares de pessoas com objetivos eleitorais. Atribuindo a responsabilidade das nomeações ao abuso dos falsos amigos, consegue a conquista do seu objetivo. É, em 1982, o deputado federal mais votado no pleito. O afastamento dele do grupo liderado por Guilherme Palmeira e por mim aconteceu quando, na luta pela Presidência da República, alia-se ao Deputado Paulo Maluf e nós ficamos com a candidatura de Tancredo Neves. Destaco que, na primeira fase da campanha presidencial, quando fui candidato a vice-presidente, na chapa do Ministro Mário Andreazza, ele votou, na convenção partidária, em Paulo Maluf para presidente e em mim para vice, possibilitando, ao lado de outros companheiros, que eu obtivesse maior número de votos do que o Ministro Mário Andreazza. A oposição, não possuindo nenhum líder com perspectivas reais de conquistar o governo do Estado, vai buscar Fernando Collor para tentar conduzi-lo à vitória. Tomando conhecimento dessa possibilidade, tento neutralizá-la organizando uma coligação de forças invencíveis. A idéia era Guilherme Palmeira para o governo, o vice seria o Prefeito de União dos Palmares, Manoel Gomes de Barros. Os candidatos ao Senado, seríamos eu e Fernando Collor. Os suplentes, dois empresários vitoriosos em suas atividades, Carlos Lyra Neto e João Tenório. A invencibilidade vinha do fato de que estávamos colocando em campo três homens gols e em nossa retaguarda o poder econômico do Estado e os principais órgãos da imprensa alagoana. A vitória de Guilherme levaria, por quatro anos, o empresário João Lyra ao Senado Federal. Surgem reações dentro dos nossos quadros em torno do nome de Fernando para o Senado. Argumentavam que, no máximo, ele deveria permanecer deputado. Reajo, afirmando que seria reeleito com ou sem o nosso apoio. Senador, entretanto, precisaria de nossa força eleitoral. Não consigo compor a chapa. Fernando sai candidato ao governo e conquista a vitória, não apenas pelo seu carisma, mas, também, por haver capitalizado o desencontro entre o Governador José Tavares e o atual Ministro do Tribunal de Contas da União, Guilherme Palmeira. Ficou na posição, altamente cômoda, de ser candidato oposicionista e contar com as benesses do governo. A descontinuidade administrativa, aliada a uma conjuntura econômica adversa, levaria Alagoas a uma crise financeira que tinha como sua maior evidência o atraso do pagamento do funcionalismo. Desencantado com o governo, busca uma saída, aparentemente absurda, de ser candidato a Presidente da República. Temendo não conseguir a indicação do seu partido, o PMDB, ingressa no Partido da Juventude. Convencido de que jamais teria êxito atuando apenas sobre um segmento da sociedade, os jovens, funda o Partido da Reconstrução Nacional. Surpreende a todos que consideravam sua candidatura uma piada. Aproveita-se do temor que as candidaturas de Leonel Brizola e Luiz Ignácio Lula da Silva inspiravam a milhões de brasileiros e consegue se transformar no maior fenômeno eleitoral do país e talvez do mundo democrático, elegendo-se Presidente da República após haver renunciado ao governo de um dos menores Estados da Federação, apoiado numa legenda partidária insignificante. Assumindo a presidência, em 15 de março de 1989, na carreira política mais meteórica que o Brasil conhece, consegue impor o seu estilo à Nação. Confisca a poupança popular. Transforma a subida da rampa do Palácio do Planalto numa festa pirotécnica. Viaja pelo mundo exibindo sua prática de esportes, numa grande jogada de marketing. Amado e odiado por milhares de pessoas, entra na História Mundial como o primeiro Presidente da República a sofrer um processo de impeachment. Enganaram-se os que imaginavam que sua carreira política estaria encerrada. Ela apenas sofreu, por alguns anos, uma interrupção. Disputando o senado, contra o Governador Ronaldo Lessa, em menos de vinte dias de campanha, consegue surpreender os dois favoritos, derrotando-os fragorosamente, e conseguindo a mais retumbante das vitórias políticas que Alagoas já emprestou ao Senado Federal. (POR DIVALDO SURYAGY - EX-GOVERNADOR DE ALAGOAS - PUBLICADO EM 18.02.2008)


2 comentários:

Unknown disse...

Quando Collor se elegeu o Brasil vivia num atrazo assustador do Governo Sarney na Area da Tecnologia.
Apartir de 15/03/1990 com a posse de Fernando Collor o Brasil finalmente conhece a modernidade nessa area.
Até então no Brasil não se sabia o que era celular, carros modernos, equipamentos eletronicos.
Mas uma pequena parcela exigiu um afastamento dele da Presidência e conseguiram foi uma manobra politica sem carater dos que governam hj pois nas eleições de 89 eles achavam que venceriam o jovem politico.
Mas Collor deu a volta por cima e em 2002 dispultou as eleições e quase ganhou de Ronaldo Lessa.
Em 2006 muitos achavam que ele não seria candidato se assustaram quando viram ele se lançar ao Senado por um Partido minusculo que era o PRTB e muitos riram dele como em 89. Mas como em 89 ele mostrou sua força se elegendo Senador por Alagoas contra o Senhor Nono e o Ex-Governador Ronaldo Lessa.
Em 2010 sou defensor da Candidatura Collor de Mello á Presidência da Republica para mostrar aos que lhe tiraram da Presidência em 92 que ele voltou com força total.

Vamos Collorir o Brasil outra vez de verde-amarelo.

Collor Presidente PTB Fleury Vice

316: A nata da nata da E.E.R.B disse...
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